Amor, à pátria
Vista do espaço - Apollo 17
Moro neste lugar há cerca de uma dezena de anos. Urbanização nova, construída sobre um local onde só havia depósitos de materiais de construção...
Sou um desses seres que conhece os dias pelo aroma. No meu Alentejo existem quatro estações exuberantes e um clima que vai do frio inverno, com geadas agrestes, ao quente e seco verão, com temperaturas que sobem aos quarenta graus.
Criar, aqui, um pequeno jardim é promover um microclima ameno e suave...trabalho duro e persistente, que me atrai e descontrai.
As minhas árvores cresceram. Não sei os nomes correctos de algumas, mas que importa? Companhias silenciosas, apontam o claro firmamento destes dias.
Criar, aqui, um pequeno jardim é promover um microclima ameno e suave...trabalho duro e persistente, que me atrai e descontrai.
As minhas árvores cresceram. Não sei os nomes correctos de algumas, mas que importa? Companhias silenciosas, apontam o claro firmamento destes dias.
As minhas rosas brancas têm espinhos poderosos, são como os meus longos dias de trabalho, presa às cadeias de tantos afazeres intelectuais e burocráticos...
Hoje plantei uma buganvília... adoro esta planta, evoca o sul e um mediterrâneo onde gosto de mergulhar a imaginação.
«Pedaços de paraíso», os nossos jardins são beleza, tranquilidade e uma colorida luta contra os malefícios da vida urbana.
E...porque o nosso planeta, velha Gaia, precisa de nós e é precioso demais, aqui vos deixo com Fernando Pessoa:
«Pedaços de paraíso», os nossos jardins são beleza, tranquilidade e uma colorida luta contra os malefícios da vida urbana.
E...porque o nosso planeta, velha Gaia, precisa de nós e é precioso demais, aqui vos deixo com Fernando Pessoa:
Prefiro rosas, meu amor, à pátria,
E antes magnólias amo
Que a glória e a virtude.
Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo.
Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre,
Se cada ano com a Primavera
As folhas aparecem
E com o Outono cessam?
E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida,
Que me aumentam na alma?
Nada, salvo o desejo de indiferença
E a confiança mole
Na hora fugitiva.
Fernando Pessoa
Um comentário:
Obrigada, amigas, foi um prazer colaborar convosco. Trabalho e não disponho de muito tempo para ler blogues ou deixar longos comentários, mas quero louvar a vossa iniciativa.
Estão de parabéns!
Beijinho,
Ana
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